Protegido: Orientação para Intervenção da AS/USP – Haemophilus Influenzae
- Transmissão: Contacto direto ou transmissão pessoa a pessoa (através de gotículas e secreções nasofaríngeas); vertical (aspiração de líquido amniótico ou contacto com secreções do trato genital durante o parto).
- Período de incubação: Desconhecido (provavelmente 1-7 dias).
- Período de transmissibilidade: Presume-se que dure enquanto o microrganismo estiver presente nas secreções respiratórias. Até 24-48 horas após início de tratamento antimicrobiano eficaz.
Intervenção | Definição | Tempo | Método |
Interrupção de transmissão pelo doente | a) Isolamento para via de transmissão por gotículas. b) Administração de antibioterapia ao doente. | a) Durante 24h após início de tratamento adequado. b) Logo que possível, antes da alta hospitalar. | a) Precauções básicas de isolamento: quarto individual ou coorte (exclusão social). b) Garantir realização de teste de sensibilidade a antimicrobianos (TSA). Cefotaxime ou ceftriaxone. |
Evicção Escolar e Laboral | Não aplicável. | Não aplicável. | Não aplicável. |
Identificação de Contactos | Contacto domiciliário: indivíduo que resida com o doente ou tenha convivido em sua casa, durante 4 ou mais horas diárias durante 5 dos 7 dias anteriores ao internamento. Contacto numa instituição infantil (infantários, creches, amas): colegas e funcionários da instituição frequentada pelo doente. | Logo que possível. | Entrevista ao caso ou responsável legal do caso (se aplicável). Registar os contactos identificados no formulário da plataforma informática de suporte ao SINAVE. |
Vacinação Pós-Exposição | Não aplicável. | Não aplicável. | Não aplicável. |
Imunoglobulina Pós-Exposição | Não aplicável. | Não aplicável. | Não aplicável. |
Quimioprofilaxia | Contactos domiciliários Especificidades: a) se no domicílio do doente viver uma criança ˂12 meses, vacinada ou não, todos os contactos domiciliários devem fazer quimioprofilaxia; b) se no domicílio do doente viverem crianças entre os 12 e os 48 meses de idade, não vacinadas corretamente (todas as doses recomendadas para a idade) ou vacinadas corretamente mas imunodeprimidas, todos os contactos domiciliários, independentemente da idade, devem fazer quimioprofilaxia; c) se as crianças, entre os 12 e os 48 meses de idade, sem imunodeficiências, que vivem no domicílio do doente, estiverem corretamente vacinadas, não é necessária quimioprofilaxia dos contactos. Contacto numa instituição infantil (infantários, creches, amas) Especificidades: a) instituições com crianças de idade ˂2 anos, não vacinadas contra o Hib, e quando o contacto é superior a 25h/ semana, deve-se fazer quimioprofilaxia a todos os contactos; instituições com crianças de idade ≥2 anos, independentemente de estarem ou não a) vacinadas, não é necessário a quimioprofilaxia dos contactos; se o número de casos de doença invasiva por Hib for ≥2, em alunos da mesma instituição, num prazo de 120 dias, deverá administrar-se rifampicina a todas as crianças e aos funcionários encarregados da sua supervisão. | Deve ser iniciada tão precocemente quanto possível, até 7 dias após o diagnóstico do caso índice. | Rifampicina – ver esquema terapêutico do Quadro seguinte. |
Vigilância Clínica | Contactos com idade inferior a 6 anos. | Até 4 dias após o diagnóstico do caso. | Detetar sinais precoces de doença, compatíveis ou suspeitos de doença invasiva por Haemophilus influenzae b (Hib). Os contatos que apresentarem sintomas devem ser avaliados rapidamente por um médico. |
Esquema terapêutico de quimioprofilaxia na doença invasiva por Haemophilus influenza b.
Rifampicina. Contraindicações absolutas: casos de hipersensibilidade ao fármaco, antecedentes de hepatopatia grave, porfiria e alcoolismo. Contraindicações relativas: nas grávidas não está aconselhada a quimioprofilaxia. Precauções: interações com o uso de anticoagulantes, anticoncetivos orais e uso de lentes de contacto. Doentes e familiares devem ser alertados para o fato de que a rifampicina provoca coloração avermelhada da urina.
Idade | Dose | Esquema Terapêutico |
<1 mês | 10 mg/ Kg de peso | 24/24 horas, durante quatro dias (via oral) |
≥1 mês | 20 mg/ Kg de peso, até ao máximo de 600 mg por dose | 24/24 horas, durante quatro dias (via oral) |
Adultos | 600 mg | 24/24 horas, durante quatro dias (via oral) |
Bibliografia
- Briere EC. Chapter 2: Haemophilus influenzae invasive disease. In: Hamborsky J, Kroger A, Wolfe S. Manual for the surveillance of vaccine-preventable diseases. Centers for Disease Control and Prevention. Atlanta, GA; 2008.
- Briere EC. Chapter 8: Haemophilus influenzae type b. In: Hamborsky J, Kroger A, Wolfe S. Centers for Disease Control and Prevention Epidemiology and Prevention of Vaccine-Preventable Diseases. ed. Washington D.C: Public Health Foundation; 2015. P. 119-134.
- Cohn A. Meningitis. In: Heymann DL. Control of Communicable Diseases – Manual. 20.ed. Washington, DC: APHA; 2015. P. 401-413.
- DGS. Norma n.º 18/2020, de 27/09/2020. Programa Nacional de Vacinação 2020. Lisboa: Direção-Geral da Saúde; 2020.
- ECDC. Factsheet about Invasive Haemophilus influenzae disease. European Centre for Disease Prevention and Control. URL: https://www.ecdc.europa.eu/en/invasive-haemophilus-influenzae-disease Acedido a 06/04/2023.
- Sistema de Alerta e Resposta Apropriada. Meningites: normas de procedimento. 2 ed. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde; 1999.
Data da última atualização da página: 06/11/2023
Autoria: Área Funcional de Vigilância Epidemiológica, Departamento de Saúde Pública